Terminou mais uma edição do Fórum de Cinema de Curta-metragem 2012. Mais de 150 filmes exibidos em 30 sessões ao ar livre nos bairros de Mafalala, Ka Tembe e Aeroporto, no Centro Cultural Franco-moçambicano e no INAC.
O balanço feito pela equipa é positivo, apesar de, olhando o futuro, se apontarem alguns erros e entraves, que são o que pretendem resolver para garantir a edição KUGOMA 2013. Os problemas são essencialmente relacionados com a disponibilidade de equipamentos e a qualidade dos mesmos.
“O KUGOMA precisa crescer, não na quantidade de filmes que exibe anualmente, ou no número de sessões que programa mas, na quantidade de bairros que abrange. Infelizmente os nossos meios não têm crescido nos últimos anos. Pelo contrário. Trabalhámos em 2012 com menos financiamentos do que em 2011. Isso não nos permite ter uma equipa maior, que se traduziria em mais eficiência. Não nos permite ter melhores equipamentos. Não nos permite ter cadeiras nas sessões... A ENAV tem sido uma excepção e verificamos que o público gosta desse pequeno conforto.”
Entretanto, para além desta mostra anual de 10 dias, o KUGOMA tem produzido algumas oficinas durante o resto do ano e, estão agora a elaborar os relatórios das oficinas de Teatro de Sombras e Práticas de Jornalismo Cultural para Rádio, no sentido de melhorar os métodos e ampliar os fundos disponíveis.
Estas duas oficinas piloto, que tinham como objectivo testar metodologias e meios, técnicos e humanos, produziram trabalhos e conclusões proveitosas, das quais o KUGOMA fará uso na planificação de próximas edições.
“A Oficina de Teatro de Sombras foi uma experiência maravilhosa e o trabalho resultante, escrito e interpretado pelas 14 crianças participantes, surpreendeu-nos bastante. Para nós, fica provado que há experiências que devemos repetir, mesmo que os fundos sejam inexistentes, o esforço compensa. Pretendemos poder reproduzir esta oficina em várias escolas da cidade e, os alunos da ENAV que participaram como monitores têm agora as competências mínimas para o fazerem também.”
O público do KUGOMA, constatamos, é maioritariamente constituído por crianças. Qual o impacto desta conclusão na programação do evento?
“O KUGOMA será cada vez mais preenchido por conteúdos que se dirigem a esta faixa de público. É simples: se são as crianças que valorizam o nosso trabalho, então, valorizemos também a sua preferência. Vamos procurar incluir mais diversidade e manter a qualidade dos conteúdos infantis. Nos bairros, são as crianças que assistem o KUGOMA e é para elas que vamos dirigir mais a nossa atenção. Chegará o dia em que os realizadores nacionais também vão decidir produzir para este público tão crítico. Nas sessões das salas, sessões de filmes e festivais estrangeiros, continuaremos a ter a mesma diversidade de conteúdos.”